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Minha esposa tem fibromialgia
A fibromialgia da Tininha começou com dores nos ombros.
Aí começou a nossa peregrinação.
Fomos de médico em médico.
Nossa corrida contra o tempo está sendo desde 1994 em São Paulo.
Devido à depressão profunda varios médicos queriam internar a Tininha, minha esposa, em manicômio.
Dores passeando pelo corpo a deixavam exausta quase sem forças para fazer qualquer coisa.
Medicos, exames e mais exames, diagnósticos errados, medicação errada, efeitos colaterais da medicação, suspeitas de outros diagnósticos faziam parte da nossa peregrinação.
Então nós nos mudamos para Blumenau, Santa Catarina, uma cidade menor e mais pacata.
Dificuldades para levantar, andar, pressão alta, diculdades de movimento e para fazer as coisas em casa foram agravados com o esquecimento de coisas e até de dias completos. Choros compulsivos, tremores e mais medicação errada fazia parte do nosso dia a dia.
A Tininha precisou remover um mioma uterino de grande tamanho com uma cirurgia de histerectomia total. Acordou no hospital com os braços cruzados sobre o peito sem conseguir se soltar de tão tensos que estavam. As dores eram dilascerantes.
Doses maçisas de analgésicos aliviavam as dores mas a tensão continuava.
Os ombros pareciam feitos de pedra.
A pele da Tininha se tornou intocável. Doia ao toque.
Aí fomos em outro médico.
Ele disse que a Tininha não tinha nada.
Ela tinha que fazer exercícios, caminhada diária, porque as dores eram todas psicológicas.
E a Tininha estava com anemia profunda. Com 2,5 litros a menos de sangue no corpo devido à cirurgia.
Um cardiologista por causa das dores no peito diagnosticou a anemia profunda.
Durante varios meses a Tininha não conseguia se levantar direito. Caiu no banheiro perdendo a consciência.
Continuamos procurando outros médicos. Houve um que passou uma medicação de produzia insônia. A fibromialgia piorou radicalmente.
É normal a fibromialgia produzir insônia, mas com esta medicação piorou radicalmente. O remédio para dormir não fazia efeito devido à ação do outro medicamento.
A Tininha levou uma semana para desintoxicar deste medicamento. Dores, insônia, tremores pelo corpo, esquecimento. A pele do corpo se tornou fria e é assim até hoje a pele da Tininha é fria, pelas consequências da medicação.
Mesmo com muito calor a pele da Tininha é fria.
A Tininha viajou para o Nordeste. Passou mal. Foi levada ao Pronto Socorro. A pressão dela estava muito alta.
Nada no hospital abaixava a pressão. Embaixo da lingua a medicação feriu e a pressão não baixava.
As sobrinhas da Tininha foi levada ao cardiologista do irmão dela e ele deu o diagnóstico de depressão profunda.
A Tininha voltou para Santa Catarina. Procuramos um novo médico. O cardiologista pediu muitos exames.
Ele percebeu que tudo no corpo da Tininha, taxas de colesterol e outros indicadores todos estavam exageradamente altos.
Ele cuidou da depressão e dos demais sintomas mas não chegou ao diagnóstico da causa.
Então fomos no Dr. Frank, Ortopedista. Nós já o conheciamos. Anos antes ele havia diagnosticado a hérnia de disco da Tininha, quando ela quase perdeu o movimento das pernas devido à lesão. Na época o problema foi resolvido, mas os demais problemas continuaram.
Então em 2009 voltamos no Dr. Frank. E após os exames ele diagnosticou a Síndrome da Fibromialgia.
Antes deste dia jamais haviamos ouvido falar nisso.
Então comecei a pesquisar respostas. O médico só deu o diagnóstico sem explicar como ou porque.
Dr. Frank foi muito bom no diagnóstico mas errava tudo na medicação. Não conseguia acertar.
Voltamos no cardiologista e passamos a diagnóstico para ele.
Ele foi se informar mais sobre a doença para nos ajudar.
Fomos em mais 5 outros médicos reumatologistas. O diagnóstico era sempre o mesmo: fibromialogia.
A medicação e a cura nunca dava certo.
Descobrimos que a cura não existe.
E que a medicação varia de passoa para pessoa.
Algumas pessoas são mais intolerantes com a medicação do que outras.
E hoje, a Tininha vive conforme a doença permite.
A medicação é forte.
A Tininha toma relaxante muscular, antidepressivo, analgésicos e doses maciças de remédio para dormir.
Indaial, 29 de novembro de 2015. Ditado por Catarina de Purgly. Digitado por Jorge Purgly
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Comentado 9 years ago Jorge 30